Olá a todos!
A pedido de uma querida aluna, disponibilizo um resumo (alargado) capítulo a capítulo desta obra.
Em breve disponibilizarei mais material de estudo relativo ao mesmo tema.
Bom estudo!
Beijinhos,
Joana
Primeiro Capítulo
Capítulo X
A pedido de uma querida aluna, disponibilizo um resumo (alargado) capítulo a capítulo desta obra.
Em breve disponibilizarei mais material de estudo relativo ao mesmo tema.
Bom estudo!
Beijinhos,
Joana
Primeiro Capítulo
Os Maias mudaram-se para uma casa em Lisboa no Outono de
1875. Esta casa era conhecida por todos como o Ramalhete.
Passaram-se alguns anos, e o Ramalhete encontrava-se
desabitado. Em 1858 o senhor Buccarini decidiu ir visitar a casa com o objetivo
de instalar lá a Nunciatura, contudo, a renda que foi pedida pelo procurador
dos Maias, o senhor Vilaça, era demasiado alta e por isso Buccarini desistiu.
Por estas alturas, foi comprada outra casa dos Maias: a
Tojeira. Poucas pessoas ainda se lembravam desta família, mas quem se lembrava
sabia que esta família vivia na sua Quinta de Santa Olávia, nas margens do
Douro.
Os Maias eram uma antiga família da Beira, nunca foram muito
numerosos, sem colaterais, sem parentelas. No entanto, a família agora estava
reduzida a somente duas pessoas: o senhor da casa, um senhor idoso, chamado
Afonso da Maia e o seu neto Carlos que estava a estudar medicina em Coimbra.
O resultado era que os Maias, tendo o Ramalhete inabitável,
não possuíam casa em Lisboa; e Afonso nesta idade adorava o sossego de Santa
Olávia, mas o seu neto, Carlos, depois de formado não iria querer viver na
quinta. Com esta situação, Afonso pediu um conselho a Vilaça e este mesmo
disse-lhe que deveria habitar o Ramalhete, apesar de necessitar de imensas
obras, era isso que o senhor Afonso tinha de fazer.
Depois das obras necessárias, Afonso decidiu mudar-se em
1875 para o Ramalhete enquanto o seu neto, Carlos, se encontrava numa viagem
pela europa. Afonso não queria viver mais afastado do seu neto, e Carlos com
uma carreira ativa deveria habitar o Ramalhete.
Afonso era baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes, com
uma cara larga, pele corada quase vermelha, o cabelo branco, e a barba de neve
aguda e longa.
Caetano da Maia, pai de Afonso, era um português que tinha
um ódio imenso ao Jacobino, a quem atribuía todos os males, os do país e os
seus, desde a perda das colónias até às crises da gota.
Afonso partiu para Inglaterra, mas pouco depois teve de
voltar a lisboa uma vez que seu pai, Caetano da Maia, morreu de súbito. Foi
então que conheceu D. Maria Eduarda Runa, filha do conde de Runa. Era morena,
linda, mimosa, e um pouco adoentada. No fim do luto casou com ela e teve um
filho, Pedro.
Alguns tempos depois a sua mãe morre de apoplexia em
Benfica.
Mas,
Afonso sentia que a sua mulher, Maria Eduarda, não era feliz. Andava triste com
saudades do seu país, da família, das igrejas. Era uma verdadeira lisboeta,
pequena e morena.
Afonso odiava tudo o que era inglês e por isso jamais
consentiria que seu filho, Pedro fosse estudar para o colégio de Richmond.
Com o passar do tempo, a tristeza de Maria Eduarda ia
aumento, sentia demasiada falta da sua casa em Benfica. E para aumentar a
tristeza de Maria Eduarda e da sua família, a tia Fanny morreu de pneumonia, em
março. Maria Eduarda adorava a tia Fanny por ela ser irlandesa e católica. Para
a distrair deste triste acontecimento, Afonso, seu marido, levou-a a Itália,
mas nem assim a senhora animou, continua a querer ir para Lisboa.
Afonso queria mandar o seu filho para Coimbra, mas quando a
sua mulher soube da notícia implorou para que não o fizesse pois não queria
estar afastada da pessoa que mais amava, e naturalmente o seu esposo cedeu.
O filho de Afonso e Maria, Pedro, era muito esperto e
valente. Quando a mãe morreu, o rapaz entrou quase em loucura. Passaram muitos
meses depois da morte de Maria e Afonso começava a desesperar por ver o filho
em tamanha tristeza e a visitar todos os dias o corpo da falecida mãe.
É então que Afonso descobre, através de um avô da sua
falecida esposa que Pedro anda a encontrar-se com uma mulher e que a amava
perdidamente, uma Monforte. O pai da rapariga era dos Açores. Esta rapariga
chamava-se Maria Monforte. Pedro estava tão apaixonado que escrevia a Maria
todos os dias duas cartas em seis folhas cheios de poemas. Vilaça,
administrador dos Vilaça, decidiu contar a notícia da paixão da paixão de Pedro
a Afonso, e o seu pai, odiava a família Monforte e chegou a dizer que Maria até
para amante era má.
No verão, Pedro partiu para Sintra; Afonso soube que a
família de Maria Monforte tinha comprado uma casa lá. Alguns dias depois,
Vilaça apareceu no Ramalhete muito preocupado pouco no dia anterior Pedro tinha
passado no cartório e pediu-lhe informações sobre propriedades e sobre o meio
de levantar dinheiro.
Passou o outono e chegou o inverno. Pedro foi ter com o pai
e pediu a este para casar com Maria Monforte, e o pai, insatisfeito disse ao
filho que nunca lhe tinha falado sobre ela e que ela era filha de um assassino,
de um negreiro. Para Afonso o facto de Pedro casar com Maria era uma vergonha,
mas não foi isso que ia impedir de Pedro casar com a sua amada. Dois dias
depois desta situação, Vilaça foi a correr contar o que se tinha passado nessa
madrugada: Pedro tinha casado e ia partir para Itália com a noiva. E a partir
desta situação, nunca mais se falou no Pedro da Maia.
Segundo Capítulo
Pedro e Maria iam viajando por Itália de cidade em cidade.
Tencionavam passar o inverno neste país, e assim foi. Contudo, passados alguns
dias de estarem em Roma, Maria sentiu um enorme desejo de ir para Paris, e lá
foram para França.
Ao chegar a Paris, ainda se sentia o cheiro a pólvora pelas
ruas onde ainda estava presente uma guerra e isto não agradou Maria, mas apesar
de Maria não gostar, ela e o seu marido ainda aguentaram Paris até à Primavera.
Mas, apesar de a guerra ter acabado, começaram a ouvir-se remores de uma
revolução, e isso fez com que o casal tivesse que deixar Paris. Contudo, antes
de partir, Maria insistiu para que o seu marido escrevesse uma carta a seu pai,
Afonso. O facto de, ao início, Afonso da Maia não aceitar a relação que Pedro e
Maria tinham, e de não aprovar o casamento, desesperava-a. Maria odiava o velho
Afonso, e por isso, apressou o casamento e planeou a tal partida para Itália.
Porém, agora que o casal ia voltar à capital, era necessário a reconciliação.
Esta carta era tal como Maria tinha pedido, tinha de ser bonita; foi referido
que se Maria desse à luz um menino que lhe iria por o nome do velho Afonso e
que Maria já o adorava. Pedro escreveu esta carta comovido com o facto de vir a
ter um filho.
O casal desembarcou rumo a Benfica. Mas, o que não sabiam
era que Afonso tinha partido para Santa Olávia dois dias antes, e isto magoou
Pedro. E foi com esta situação que a relação entre pai e filho acabou.
Quando Maria deu à luz, (nasceu uma menina) Pedro não
escreveu ao seu pai a contar ao seu pai, e até chegou a dizer a Vilaça que já
não tinha pai.
Com o passar do tempo, Afonso da Maia ia caindo cada vez
mais no esquecimento em Santa Olávia. Apenas Pedro por vezes perguntava a
Vilaça como é que o seu pai ia.
Mas, Maria teve outro filho, um menino desta vez. Pedro
pensou em dirigir-se para santa Olávia, mas Maria tinha um plano melhor:
segundo as informações de Vilaça, Afonso iria voltar a Benfica dentro de pouco
tempo, e quando ele voltasse, Maria pegava no bebé e iria ter com Afonso, todo
vestida de preto, e sem mais nem menos, iria atirar-se para seus pés a pedir
bênção para o seu neto, e Maria, tinha a certeza de que este plano era quase
infalível.
Para acalmar Afonso da Maia, Pedro quis dar o nome do seu
pai a este bebé, mas Maria não permitiu. Andava a ler uma novela onde existia
um Carlos Eduardo, e é este nome que queria dar ao pequeno: Carlos Eduardo da
Maia.
Vilaça informa Pedro que seu pai era esperado em Benfica no
dia seguinte, e Pedro, penso de imediato em avisar para Maria para fazerem o
tão esperado espetáculo que tinham planeado, contudo, esta recusou. Conforme o
tempo ia passando mais Pedro ia insistindo na ideia de ir ter com o seu pai,
mas, Maria, recusava sempre e dizia para esperar mais algum tempo.
Numa tarde de dezembro, Afonso da Maia estava a ler
calmamente, quando, de repente, a porta do escritório abre violentamente e o
velho vê o seu filho. Pedro não estava normal, estava todo desarranjado e o seu
olhar refletia uma certa loucura. Mal Afonso se levantou, o seu filho caiu-lhe
nos braços a chorar como se o mundo fosse acabar. É então, passado uns minutos,
que pedro diz o sucedido. Ele esteve dois dias fora de Lisboa, e voltei nessa
manhã, mas, Maria tinha fugido de casa com um italiano e tinha levado consigo a
bebé, deixando o seu filho, Carlos Eduardo, com a governanta. Quando Pedro
chegou a casa encontrou uma carta a dar todas as informações que Pedro
necessitava de saber.
Com tantas desgraças, Pedro necessitava de espairecer. Como
sempre sonhou em ir a América, acho que o momento era o indicado.
Certa noite, Afonso acorda assustado com o som de um tiro
que se ouviu em toda a casa. Levantou-se de imediato e ele, com a ajuda de um
criado com uma lanterna, tentaram descobrir de onde vinha tal tiro, quando,
viram a porta do quarto de Pedro, ainda entreaberto, vinha um cheiro a pólvora,
e perto da cama podia ver-se uma poça de sangue que ensopava o tapete, foi
então que Afonso, encontrou o seu querido filho, no chão, morto, com uma
pistola na mão. Em cima da secretária encontrava-se uma carta que dizia com
letras bem visíveis: “Para papá”.
Passados alguns dias a casa de Benfica foi fechada e Afonso
e o seu neto Carlos partiram para Santa Olávia com todos os criados.
Vilaça espalhou por Lisboa que o pobre Afonso não iria durar
muito mais de um ano.
Terceiro Capítulo
T
Ao contrário do que Vilaça tinha previsto, (que Afonso da
Maia não ia durar mais que um ano) o velho Afonso durou mais um ano e muitos
mais.
Nas vésperas da Páscoa, em abril, Vilaça chega de novo a
Santa Olávia pela manhã. E por espanto de Vilaça, Afonso estava completamente
diferente, ao contrário de há uns anos passados, Afonso era feliz.
A verdade é que já tinham passado alguns anos desde a última
vez que Vilaça tinha ido a Santa Olávia e o velho Afonso e o seu neto, Carlos,
não estavam sozinhos em casa. A senhora viscondessa que era prima da falecida
mulher de Afonso (era um Runa), quando ficou viúva e pobre, Afonso deu-lhe teto;
um novo mordomo: o Teixeira; um abade: o Custódio.
Vilaça nunca tinha visto Afonso da Maia assim, tão alegre, e
toda esta alegria devia-se ao menino, ao seu neto, Carlos, foi esta criança que
fez reviver Afonso da Maia e fez reviver a casa.
Certo dia, o administrador insinuou que Carlos era apenas
uma criança mimada e que era ele que governava a casa, contudo, Teixeira, teve
de intervir para emendar o que o administrador tinha dito. Segundo Teixeira, a
criança tem sofrido bastante, a educação que está a ter é muito rígida e
severa, em casa, até já se chegou a pensar que Afonso queria a criança morta,
mas, todos sabem o amor que o velho sente pelo neto. Mas toda esta rigidez
provém de um sistema inglês ensinado pelo metre inglês: Brown. Este inglês,
apesar de ser boa pessoa, ser calado, asseado, excelente músico e aparentemente
bom inglês, não era, de forma alguma, a melhor pessoa para educar um fidalgo
português. Brown, em vez de ensinar coisas uteis ao rapaz, apenas ensinava
acrobacias, a remar e habilidades de palhaço.
Um dia, Afonso da Maia, o abade Custódio e Vilaça, chegam a
casa das Silveiras que eram bastante ricas. D. Ana Silveira era a mais velha e
solteira; D. Eugénia tinha dois filhos: Teresa (que era conhecida por ser a
“noiva” de Carlos) e Eusébio. As Silveiras andam sempre acompanhadas pelo seu
amigo fiel, um doutor delegado que há 5 anos andava a pensar em casa com D.
Eugénia, contudo, o casamento foi adiado.
D. Ana nunca gostou de ver a sua sobrinha, Teresa, perto de
Carlos, sempre que achou que ele fazia coisas indecentes, como tocar-lhe no
vestido e coisas desse género. Mas a pobre rapariga apenas gostava de abraçá-lo
na quinta.
Um facto é que, para a idade que tinha, Carlos começava a
ficar atrasado, (apesar de ser inteligente) ele apenas sabia falar um pouco de
inglês e fazer umas habilidades que não lhe dariam qualquer futuro.
Uns meses antes, houve uma procissão em que o Eusébio se
vestiu de anjo, e a sua mãe mais a sua tia, como boas pessoas que são,
decidiram vir mostra-lo à viscondessa, contudo, esqueceram-se dos rapazes
(Carlos e Eusébio) por uns segundos e passados uns minutos, Eusébio apareceu na
sala, todo mal-arranjado, rasgado e magoado… tinha sido Carlos que lhe tinha
dado uma valente sova por que odiava anjos, e a partir desse dia, sempre que o
Eusébio aparece em casa dos Maias Afonso treme de medo.
Vilaça
conta que Maria Monforte (mulher de Pedro), foi vista por Alencar em Paris, e
ele chegou a estar em casa dela. Já tinham passado imensos anos desde que o
nome de Maria fora mencionado, e no início desta situação, o único desejo de
Afonso era recuperar a sua neta, mas aos poucos, foi esquecendo o nome dessa
mulher e a sua nota. Segundo Alencar Maria agora era prostituta. O seu amante
morreu num duelo e o seu pai também morreu, deixando uma herança muito reduzida.
Depois de tudo, voltou para paris (após ter viajado um pouco por todo o mundo)
com Mr. De l’Estorade. Mas apesar de saber onde Maria estava, a única coisa que
interessava realmente era a sua neta, porém, quando perguntou se havia notícias
da sua neta, Vilaça respondeu que desconfiava que ela estava morta, caso
contrário, Maria já tinha vindo bater à porta de Afonso a pedir ajuda.
No dia a seguir, Vilaça parte para Lisboa. E duas semanas
depois desta partida, Afonso recebe uma carta do administrador a dizer que no
boudoir de Maria existia um retracto de uma criança, de uma menina, mas que em
volta desse retracto estava uma coroa de flores, conseguia-se entender que
aquela menina já tinha falecido. Alencar perguntou a Maria quem era a menina do
quadro e ela responde que era a sua falecida filha, que havia morrido em
Londres.
Após alguma troca de cartas entre Vilaça e Afonso, o
administrador manda uma última carta a dizer que dali a uns tempos, era
possível que Vilaça necessitasse de hospitalidade por parte de Afonso da Maia.
Esta ultima carta fora recebida a um domingo em Santa Olávia. Todavia, dois
dias depois, foi recebido um telegrama a anunciar a morte do pai de Vilaça. Nos
dias que se seguiram, Vilaça esteve num sofrimento constante até que começou a
sentir-se muito mal, falta de ar, tonturas, etc. até que cai no chão
desamparado e ali fica, morto. Esta morte abala por completo Santa Olávia.
Numa manhã de julho, em Coimbra, Carlos tinha feito o seu
primeiro exame que lhe daria acesso à universidade, foi uma explosão de alegria
naquele momento.
Os
Qu
Quarto capítulo
Finalmente Carlos ia formar-se em medicina.
A vocação de Carlos para a medicina surgiu quando ele era
muito mais novo, num dia em que ele descobriu no sótão, entre coisas velhas,
umas estampas anatómicas. Passou o dia de volta das tais estampas e foi nesse
momento que a curiosidade pela medicina de Carlos surgiu. Apesar desta paixão
pela medicina, todos familiares, mas próximos e amigos, sempre acharam que este
rapaz ia seguir direito. No entanto, apesar de Carlos adorar medicina, esta
paixão não era muito aprovada pelas pessoas (amigos mais próximos) de Santa
Olávia, as mulheres, principalmente, achavam um desperdício este rapaz tão
bonito, charmoso, seguir para uma profissão em que tivesse que mexer em
cadáveres e sangue. Respondendo a esta indignação das pessoas, Afonso diz que
educou o seu neto para ser bem-sucedido e não educou um Zé-ninguém, disse até
que educou o neto para ser útil para o país. Sendo esta uma época em que ficar
doente era já um hábito, segundo Afonso, o “maior serviço patriótico” é saber
curar.
Depois, Carlos Eduardo, parte para a sua viagem pela europa.
No outono de 1875, quando Carlos regressa, o seu avô perguntou o que pretendia
fazer agora que já tinha o seu curso tirado e já podia finalmente exercer, o
rapaz responde que primeiro que descansar um pouco e depois, passar à ação!
Carlos não queria unicamente “fazer clinica”, é certo que
queria dar consultas, e até podia dá-las de graça por caridade. O rapaz queria
também exercer a parte de laboratório, e por isso, decidiu abrir uma clinica e
um laboratório.
Os
Capítulo VI
Carlos
e Ega estavam juntos quando um coupé
chegou, dele saiu um homem que Ega conheceu de imediato, era o Sr. Dâmaso
Salcede que tinha acabado de chegar de Paris. Entraram no café para beber um
copo e passados alguns minutos entra “o poeta”: Tomás de Alencar. Apesar de
Carlos não conhecer o tal poeta, apenas conhecia o nome dele, não era a
primeira vez que Alencar via Carlos, na verdade, Alencar fora a primeira pessoa
a ver Carlos assim que este nasceu, e a partir daí desenrolou-se uma história:
Pedro da Maia (pai de Pedro) queria chamar Carlos, Afonso, mas a mãe teimou que
tinha de ser Carlos justamente por causa de um romance que o próprio Alencar
lhe tinha emprestado que falava de um príncipe Carlos Eduardo e, Alencar apoiou
a mãe de Carlos, dizendo que Carlos Eduardo era o nome ideal.
Dâmaso
Salcede era um grande admirador de Carlos e queria conhecê-lo há imenso tempo,
e nessa tarde ia jantar com Carlos, o que deixou o homem bastante nervoso.
Alencar
tinha uma paixão platónica por Raquel Cohen.
Alencar
afirmava que já passou por muito na sua vida. Disse que a todos os
ricos/ministros ele emprestou dinheiro e deu teto, porém, agora que eles são
alguém não retribuem o favor ao poeta.
Sempre
que Carlos e Tomás de Alencar falavam, o poeta evitava a todo o custo mencionar
“Maria Monforte”, porém, Carlos entendeu o quão difícil era para Alencar não
mencionar o nome da mãe de Carlos, e por isso este disse que o poeta podia
falar à vontade da mãe que não fazia mal.
Carlos
cresceu sem qualquer ligação com os pais uma vez que quando nasceu quase não conheceu
a sua mãe e quanto ao pai, suicidou-se quando era muito pequeno, portanto, o
avô, Pedro da Maia representa para Carlos, os seus pais.
Capítulo VII
No
Ramalhete, já era comum a presença de Craft, ele e Carlos tinham muitas coisas
semelhantes. E gostavam bastante dele porque se fosse por vontade de Afonso,
Craft jantava sempre lá em casa.
Ultimamente
Carlos saía pouco de casa, para além de andar ocupado a escrever um livro, a
sua profissão enquanto médico não deu grandes frutos, dizia-se que Carlos fazia
experiências mortais nos seus pacientes.
Um
dia, Carlos convida o Senhor Salcede para jantar no Ramalhete, este prometeu
que não iria faltar, mas, para espanto de todos, faltou. Todos acharam estranho
esta falta, Dâmaso dava tudo para jantar só mais uma vez com o seu ídolo,
Carlos. Andou desaparecido mais de uma semana até que um Dia Carlos decide
passar por casa dele, quando lá chegou encontrou o seu criado afirmou que o seu
senhor estava em ótimo estado que não era motivo para preocupações, mas Carlos
não se conformou com aquela resposta e decidiu ir perguntar ao seu tio Abraão,
mas ele também não o via há dias, e por isso decidiu passar pelo Grémio, mas aí
também ninguém o tinha visto ultimamente e aí entendeu que devia parar de
procurar.
Afonso
da Maia fez uma oferta comovente a Carlos: ofereceu Santa Olávia para passar
umas pequenas férias, mas, infelizmente, Carlos não podia aceitar. A europa
estava a atravessar uma fase bastante complicada e ele não podia tirar
simplesmente umas férias.
Certo
dia, Carlos viu uma mulher lindíssima no fundo da rua, ele pensou para ele
mesmo que achava que era um anjo, uma deusa, porém, ele não conseguiu ver
muito, principalmente a sua cara. Depois desse acontecimento, Carlos não deixou
de pensar naquele anjo que tinha visto e durante 3 dias seguidos ia sempre por
volta da mesma hora ao mesmo sítio ver se encontrava a tal mulher, mas sem
resultados.
Nessa
semana, quando Carlos estava a sair do consultório, chega uma mulher toda
vestida de preto com um véu preto a tapar a cara, acompanhada de um rapaz
pequeno igualmente de preto. Veio ver o que se passava com o seu filho,
Charlie, sem nunca levantar o véu. No fim da consulta, depois de Carlos
assegurar que o pequeno não tinha qualquer problema, quase que pareciam uma
família, o médico agarrava no pequeno de forma paternal e a mulher de preto e
Carlos trocavam palavras e sorrisos.
Depois
de ter saído do consultório, ia a descer a Rua Nova do Almada, quando para seu
espanto vê Dâmaso, que por acaso reparou em Carlos e estava a chama-lo. Assim
que se encontram, Dâmaso muito exaltado diz que a sua vida tem andado numa
confusão, que agora, anda num romance.
Quando
Carlos falou com Taveira sobre o assunto, este diz que a família da mulher por
quem Damaso anda doido, é brasileira, são os Castro Gomes.
Capítulo VIII
Um dia, às 8 da manhã, Carlos parava em frente ao portão da
casa de Cruges, porém, um trintanário veio dizer-lhe que o senhor já não morava
ali. A criada aconselhou Carlos a ir à Rua de S. Francisco pois era lá que o Sr.
agora morava. Quando chegou à atual morada de Cruges, Carlos teve de esperar
algum tempo até que por fim, desceu o senhor Cruges, bastante apressado. E
assim, estavam prontos para seguir viagem a Sintra.
Apesar de não ter dito nada a Cruges, o verdadeiro motivo
que trazia Carlos a Sintra era o facto de não ver a sua “deusa” há mais de duas
semanas, e por isso supunha que ela estava em Sintra.
Alencar, o poeta, conhecia Cruges desde pequeno, por isso
para Alencar ele era como um filho.
Tinham uma grande paixão por Sintra, dizendo até: “tudo em Sintra
é divino.”.
Carlos perguntou se alguém sabia se a família da “sua
brasileira” tinha ido para a Pena, um dos homens que estava presente afirmou
imediatamente que tinha ido para lá há pouco tempo, porém, o outro, negou
dizendo que a tal família foi para um palácio não muito longe dali.
Afinal os Castro Gomes não tinham ido para o tal palácio, na
verdade, eles mais o Sr. Salcede partiu para mafra no dia anterior. E, neste
momento, Sintra perdeu (para Carlos) todo o encanto.
Passavam duas semanas desde que recebeu essa notícia e
andava perdido pelo Aterro a procurar perdidamente a sua “deusa”. Chegou-lhe
aos ouvidos que a “sua” senhora estava em Sintra e este correu até Sintra mais
não a encontrou. Foi então, que num dia, eles cruzaram-se no Aterro. Contudo,
depois desse momento, nunca mais a viu outra vez, mas os outros sim.
Capítulo IX
Certo dia, Afonso da Maia aparece com uma carta na mão para
Carlos. Esta tal carta cheirava a verbena, o cheiro da condensa Gouvarinho, e
era um convite do conde para um jantar no Sábado seguinte.
Dâmaso chega ao Ramalhete extremamente apressado a correr, e
sem dar tempo a Carlos para o cumprimentar, Dâmaso começa por dizer que há um
doente, um doente da tal família brasileira. Porém não era a madame, era a
filha de 6 anos que esteve quase a morrer.
De vez em quando Dâmaso ia visitar a casa dos brasileiros
para ver como é que as coisas estavam uma vez que a família foi para Queluz e
deixou a pequena com a governanta, Miss Sara. Depois de almoço a criança sentiu
uma dor, e a governanta queria um médico inglês porque era a única língua que
esta falava, apesar de procurarem o médico inglês, Smith, não o encontraram
(enquanto a miúda quase que morria), felizmente Dâmaso chegou nessa altura e
lembrou-se de imediato de Carlos. Depois de chegar à pequena e fazer um pequeno
exame, Carlos conseguiu tranquilizar Miss Sara, a pequena rosa/rosicler estava
bem de saúde, apenas necessitava de algum descanso e se a dor voltasse era
necessário um exame mais rigoroso. Rosa e Carlos entenderam-se muito bem, tanto
que a pequena queria que ele voltasse.
Para sorte de Carlos, o marido da sua “deusa” ia para o
brasil durante dois ou três meses tratar de negócios e a senhora ficava cá
sozinha com a pequena rosa.
Alguns dias depois, Dâmaso informa Carlos de que o Castro
Gomes está doente e de cama, e por Carlos ter visto a pequena rosa, é chamado
também para ir ver como está o velho Castro Gomes. No dia a seguir Carlos não
saiu de casa à espera de um recado, e não chegou nada. Dois dias depois a
caminho do Aterro, viu o Castro Gomes e a mulher (mais a cadelinha ao colo) na
varanda e foi aí que Carlos decidiu pedir a Dâmaso para este o apresentar a
Castro Gomes.
Para azar de Carlos, o marido da sua amada já não ia para o
brasil, ficava no hotel central até perto do verão. Carlos ia aproveitar para
falar com Dâmaso sobre a sua apresentação, mas algo fez com que este achasse
que era mau ser apresentado por ele aos Castro Gomes. Mais tarde surgiu uma
oportunidade de Carlos conhecer os brasileiros, quando Castro Gomes quis
oferecer algo a Carlos pelo cuidado com rosa, era óbvio que se iam conhecer sem
a ajuda de Dâmaso.
O tal jantar (num sábado em casa dos Gouvarinho) chegou, e
no fim do jantar Carlos começou a ficar bastante intimo da condensa Gouvarinho,
acabando por darem um beijo no final.
Capítulo X
Durante três semanas, Carlos e a Condessa Gouvarinho viviam
um romance; tinham-se encontrado várias vezes numa casa da tia, Miss Jones, da
condessa na Rua de Santa Isabel uma vez que a tia fora para o Porto e a casa
estava livre e a condessa tinha a obrigação de cuidar do gato.
Apesar de todo este romance vivido entre estes os dois,
Carlos começava a sentir-se “farto” da condessa devido às atitudes desta. A
condessa queria entrar na vida de Carlos a todo o custo. Ela até planeou fugir
com o médico para “viver num sonho eterno de amor lírico”, mas era óbvio que
Carlos não queria nada disto.
Num domingo, começavam as corridas de cavalos (que toda a
gente adorava) e Carlos tinha a certeza absoluta de que “ela”, a Castro Gomes,
estaria lá, finalmente Carlos ia conhece-la! Durante as três semanas de romance
com a Gouvarinho viu a sua “deusa” duas vezes, e isto levou a que, mais do que
nunca, Carlos quisesse ser apresentado aos Castro Gomes, Dâmaso não conseguia
apoiar isto, relembrando a Carlos o que o Castro Gomes fez no outro dia (Castro
Gomes disse que passava pelo Ramalhete e no fim não passou sem avisar. Carlos
insistiu que queria ser apresentado a eles e no fim, ambos concordaram esperar
pelo fim das corridas.
Perto do Grémio estava um carro e um trintanário à porta,
Carlos olhou e reconheceu de imediato uma das pessoas: era a pequena
Rosa/Rosicler; olhou com mais atenção e reconheceu a sua “deusa”.
Não esquecendo quem tinha acabado de ver, Carlos teve a
brilhante ideia para conhecer os brasileiros antes das corridas. Dâmaso podia
levar o Castro Gomes para este observar a coleção de Craft onde estaria Carlos
para o convidar para almoçar no Ramalhete e assim, antes das corridas, já se
conheciam.
Reverendo Bonifácio era o gato de Afonso.
Assim que Carlos viu Dâmaso, contou-lhe logo o brilhante
plano. Dâmaso concordou e apoiou Carlos. Enquanto Craft e Dâmaso andam a
mostrar as curiosidades e a falar das corridas, Carlos andava a passear com a
madame pela quinta. Convencido de que aceitavam logo, Dâmaso afirma que no dia
seguinte ia falar com os Castro Gomes.
No domingo a seguir, às duas horas, Carlos e Craft pararam
no largo de Belém. Era um dia quente.
Passou uma semana
deste que Carlos e Dâmaso combinaram o tal plano, porém, desde aí, a semana
estava a ser desastrosa. Dâmaso desapareceu sem ter revelado qual era a
resposta dos brasileiros, naturalmente que o plano não foi posto em prática;
ainda não conhecia a madame nem nunca mais a viu nem a esperava ver nas
corridas.
O maior desejo de Carlos neste momento, era encontrar Dâmaso
e saber o que se passou.
Ao dobrar a esquina da tribuna, viu Craft, que o apresentou
ao famoso atleta Clifford.
Fazia algum tempo que Carlos não se encontrava com a
condessa, e um dia, encontraram, por acaso. A Gouvarinho diz que tem de ir ao
Porto ter com o pai uma vez que este não a vê há dois anos, e então ia
aproveitar que o aniversário dele estava a chegar para ir ter com ele. O conde
não ia. E, após algum silêncio, ela pergunta a Carlos se ele queria com ela,
mas, nesse momento Teles da Gama aproxima-se deles e começa a falar sobre
apostas das corridas e etc. e a ele juntaram-se mais pessoas. Ao ver a condessa
rodeada de pessoas, Carlos afastou-se. Passado algum tempo esta já estava
disponível novamente, e começou a falar sobre o plano que fez cuidadosamente
sobre a viagem dos dois ao Porto. Ia segunda à noite para o Porto apenas com a
criada num compartimento privado, e Carlos apanhava o mesmo comboio, mas noutro
compartimento. Ambos saíam em Santarém e iam passar a noite a um hotel, no dia
seguinte ela seguia para o Porto e ele voltava para Lisboa. Carlos não
concordou plenamente com este plano uma vez que tinha a certeza de que iriam
ser reconhecidos.
Finalmente Carlos conseguia encontrar Dâmaso e quando
começou a falar sobre o tal plano, Dâmaso disse-lhe que havia uma grande
novidade: o Castro Gomes partiu para o Brasil sozinho e a madame ficava cá
sozinha durante três meses. E o melhor de tudo era que morava no mesmo prédio
do seu amigo Cruges.
Agora que tinha a certeza que a Castro Gomes estava mesmo em
Lisboa, e no mesmo prédio que Cruges, crescia na sua imaginação a possibilidade
de um encontro, troca de palavras… e de repente veio-lhe uma vontade imensa de
ir ter com Cruges.
Quando desceu à realidade, foi falar com a Condessa sobre o
plano ridículo que esta teve, dizendo-lhe tudo o que achava sobre o plano e no
fim a Gouvarinho propôs acabarem tudo, ela partia para o Porto e tudo acabava.
Depois de ouvir tudo o que a condessa lhe disse, Carlos ficou indeciso até que
no fim aceitou.
Carlos recebeu uma carta, de um doente, porém, esta carta
era particularmente especial uma vez que começava com: “Madame Castro Gomes…” e
ela estava a pedir para este ir lá a casa examinar “uma pessoa de família”.
Tinha a certeza de que não era ela ou Rosa a doente.
Capitulo XI
Na manhã a seguir à carta, Carlos acordou cedo e foi a pé
até à Rua de S. Francisco (a casa da Madame Gomes). Quando chegou, ficou à
espera do criado, Domingos, para lhe abrir o portão. Sr. Domingos já tinha
trabalhado para Carlos (como criado também) mas despediu-se devido a uns
desentendimentos com o cozinheiro francês do Ramalhete.
Maria Eduarda era o nome da sua “deusa”, era a primeira vez
que ouvia o seu nome.
Disseram-lhe que era a governanta, Miss Sara que estava
doente. E depois de uma pequena conversa com Maria Eduarda, ele entendeu que
ela estava a agradecer-lhe indiretamente pelos cuidados que ele tinha tido com
Rosa.
Niniche era o nome da cadela de Maria.
Depois de examinar a governanta, Carlos chegou à conclusão
que ela tem uma bronquite ligeira e teria de ficar quinze dias de cama.
Conversaram mais um pouco e, ao contrário do que Carlos
pensava e do que era dito, Maria Eduarda e a sua família não eram brasileiros,
eram portugueses!
Agora com a governanta doente, era necessário que Carlos
fosse lá a casa todos os dias.
Quando chegou ao Ramalhete, tinha uma carta para si da
Gouvarinho. Quase já nem se lembrava dela depois da última conversa que
tiveram. Era no comboio dessa noite que era suposto eles embarcarem para
Santarém, e Carlos prometeu que ia, mas com tudo o que se passou agora, com
Maria Eduarda e tudo mais, Carlos não queria mesmo ir, por isso, apesar de não
lhe apetecer nada ir para a estação de Santa Apolónia, lá teve de ser, tinha de
ir para dizer uma desculpa qualquer à condessa para que ele não fosse.
Ao chegar a Santa Apolónia, encontrou Dâmaso vestido de
preto, estava obviamente de luto, morreu o seu tio Guimarães de Penafiel. Assim
que Dâmaso avisou Carlos que os Gouvarinho estavam mais adiante, este teve uma
desculpa brilhante: ter que acompanhar Dâmaso a Penafiel devido à morte do seu
tio.
Durante semanas Carlos e Maria tinham pelo menos uma hora
para falarem, tanto que se tornaram mais íntimos.
Capítulo XII
No sábado, quando Carlos regressava ao Ramalhete vindo da
Rua de S. Francisco, encontra Ega no seu quarto com um aspeto desleixado. Ega
queria que ninguém soubesse da sua vinda ao Ramalhete, pois vinha a Lisboa só
por uns dias para se “tratar” (“(…) unicamente para comer bem e conversar
bem.”) e esperava que Carlos o ajudasse.
Ega disse que segunda-feira, ele e Carlos iriam jantar com
os Gouvarinho. A condessa convidou, durante a viagem de comboio, Ega para
jantar e claro que não podia faltar Carlos (segundo o conde).
Quando chegou a segunda-feira, a do jantar, o tempo estava
chuvoso quando eles (Ega e Carlos) iam a caminho. Desde que a condessa chegou,
Carlos só a tinha visto ainda uma vez e foi bastante desconfortável sob um
ambiente muito pesado, onde ela aproveitou para se queixar do quão secas eram
as cartas de Carlos.
Ega pediu a Carlos para explicar a história da brasileira
(que é portuguesa) pois ficou curioso quando Dâmaso foi falar-lhe sobre isso.
Ega contou que Dâmaso afirma que foi ele quem apresentou a mulher a Carlos e
que este aproveitou a ausência de Dâmaso para se fazer a ela. Carlos
revoltou-se logo dizendo que tudo isso era mentira, a verdade é que quando a
governante adoeceu, era necessário Carlos ir examiná-la, e como precisa de
cuidados, todos os dias vai lá para ver como ela está e se precisa de alguma
coisa. A Madame Gomes não suportava Dâmaso e por isso fechava-lhe a porta.
A
condessa estava um pouco desconfortável como toda a situação de Carlos com os
Castro Gomes, mas Carlos, apesar de tudo, assegurou-lhe que não se passava nada
entre eles. E após uma longa conversa, a condessa e Carlos fizeram (mais ou
menos) as pazes.
Numa tarde, pelas 5 horas, Carlos atrasou-se em casa da tia
da condessa devido aos beijos infinitos que esta lhe dava, ele já devia estar a
caminho da casa da Madame. Quando finalmente conseguiu escapar dos braços da
condessa, foi de imediato para a Rua de S. Francisco e quando chega à casa da
Gomes, a madame “cai-lhe em cima” dizendo que é inaceitável fazê-la esperar,
ela já pensava que ele os tinha abandonado. Carlos ficou preocupado pois pensava
que miss Sara estava pior, mas, quando Maria Eduarda diz o porquê de estar tão
chateada Carlos não esconde o sorriso, toda aquela exaltação foi porque ela
sentia falta de Carlos e das suas conversas “de rotina”.
Maria necessitava de sair daquela casa, ir para o campo
talvez, e então, perguntou a Carlos se ele conhecia alguma casa. Ele lembrou-se
imediatamente da casa de Craft, nos olivais, o melhor de tudo é que Craft
queria ver-se livre da casa. Contudo, apesar da casa ser perfeita, ela não
queria que as visitas diárias de Carlos acabassem.
Após a troca de algumas frases românticas inesperadas entre
os dois, quando deram por si estavam a dar um beijo. Depois do sucedido Carlos
afirma que um amor como o deles não pode viver nas condições que vivem, só havia
uma solução: fugir.
No dia seguinte, após uma semana de
Craft não aparecer no Ramalhete, estava a passear no seu jardim quando aparece
Carlos, onde aproveitou para perguntar a Craft se lhe vendia tudo aquilo
(jardim, casa, etc.), e o outro, sem hesitar, afirma que tudo aquilo está à sua
disposição e ali ficou feita a negociação.
Assim que saiu dos olivais, foi a
correr para a Rua de S. Francisco para contar as novidades à sua querida Maria.
Quando lhe contou, esta ficou surpresa, desconfiada, sem saber o que dizer.
Afonso aprovou a nova aquisição do seu
neto, porém, Ega não ficara muito satisfeito. Antes Carlos contava-lhe tudo,
todas as suas aventuras e etc., mas agora, com Maria Eduarda, Carlos não
contava nada o que chateava Ega. Todavia havia uma diferença entre Maria e as
outras mulheres (as “outras aventuras”), é que Maria não era uma mera aventura,
era uma verdadeira paixão. Mas Carlos ao ver que Ega estava realmente chateado,
entendeu que não estava a ser justo com o seu amigo de longa data e por isso
decidiu contar toda a história desde a primeira vez que a viu.
Capítulo XIII
Carlos tinha almoçado mais cedo do que o habitual, e quando
já estava preparado para sair, chegou-lhe a noticia de que Ega necessitava de
falar com ele desesperadamente e por isso era pedido a Carlos que esperasse. Já
tocava para as dez horas e Ega não descia, Carlos estava já muito impaciente.
Mas nesse momento, chegou uma carta da Gouvarinho para ele. No preciso momento
em que acabara de ler a tal carta, Ega descia um pouco mal-arranjado ainda. Mas
antes de Ega contar o que se passava, Carlos pediu-lhe para ler primeiro a
carta da Gouvarinho.
A tal carta era basicamente uma queixa da condessa devido ao
comportamento de Carlos. Carlos faltou a dois compromissos com a condessa em
casa da tia sem dizer uma única palavra. E por isso, para discutir esta
situação, a condessa pedia-lhe para ele ir à rua de S. Marçal ao meio dia no
domingo para resolver os problemas e para Carlos explicar toda esta situação.
Ega afirmara que esta era a altura perfeita para meter fim à “relação” deles e
Carlos concordou.
Finalmente Ega pode contar aquilo que Carlos tinha de saber
urgentemente. Dâmaso, andava a falar mal de Carlos e Maria a toda a gente
possível, corriam boatos sobre eles, fazendo o “casal” passar má figura, um dos
boatos era o facto de a Madame estar com Carlos apenas por dinheiro. Assim que
ouviu isto, Carlos pensou ir imediatamente a casa de Dâmaso “fazer justiça”,
mas depois pensou melhor e talvez fosse melhor continuar a passar por Dâmaso e
acenar como se nada fosse.
Eram quase 11 horas e ele tinha que ir aos olivais. No dia a
seguir, no sábado, Maria Eduarda ia ver finalmente a casa e até esse dia, ele
deveria ter a casa em condições, pelo que pediu aos criados para a limparem e
darem uma arrumação.
Tudo o que tinham de saber sobre esta casa era que Carlos a
comprou e arrendou a uma senhora, que ia passar 3 meses lá (todo o verão)
enquanto Carlos estava em Santa Olávia. Depois destes 3 meses, planeavam fugir
para Itália.
Quando Carlos chegou a casa da madame, ela não estava e
apenas deixou um bilhete a dizer que tinha ido a Belém com Rosa e pedia-lhe
para vir à noite. Ao sair de casa, encontrou Alencar, o poeta, que não via
desde as corridas.
Mais uma vez, surgiu a tal conversa de Dâmaso e do romance
de Carlos e Maria, tendo Dâmaso repetido todas as mentiras a Alencar, o que o
preocupo. Mas, para espanto de Carlos, vê Dâmaso mesmo do outro lado do
passeio, e aí não conseguiu controlar-se e teve mesmo que dizer a Dâmaso para
parar com todas as mentiras ou então Carlos teria de tomar medidas mais graves
(recorrer à violência).
No dia a seguir, de manhã, era o dia em que Maria Eduarda
finalmente vinha conhecer a casa de verão, deveria chegar perto das 10 horas.
Quando finalmente chegou, e depois de uma pequena visita pela casa, ela apenas
disse que era um verdadeiro paraíso. Era perfeita, mas faltava-lhe um nome,
após uma pequena ponderação, Carlos surge com uma possibilidade: Toca, e Maria
Eduarda adorou.
Quando Carlos viu a Gouvarinho, não resistiu e foi bruto, e
assim acabou tudo com ela.
Capítulo XIV
Era sábado e Afonso da Maia partia para Santa Olávia. Nesse
mesmo dia, Maria, instalara-se nos Olivais.
No domingo, quando Carlos regressava ao Ramalhete ao
anoitecer, Batista anunciou que Ega tinha partido para Sintra e tinha deixado
uma carta. A carta era um pouco estranha. Ega voltaria dentro de três ou quatro
dias.
O Ramalhete para Carlos agora era algo triste, e então
decidiu dar uma volta, e quando dá por si está perto da R. de São Francisco
perto da casa de Maria Eduarda e de Cruges. Decidiu então, subir ao andar de Cruges,
mas este não estava em casa. Entrou depois no Grémio e deu de caras com Taveira
que ia ao Price e Taveira acabou por convidar Carlos para ir também. Carlos
aceitou. Pelo caminho, surgiu, mais uma vez, a conversa de Dâmaso. Andava
desaparecido. Mas algo preocupava Taveira, o facto de Dâmaso ameaçar Carlos.
Carlos não aguentou muito no Price, era um local bastante desconfortável, e por
isso, decidiu sair, e à saída encontrou Alencar, o poeta que ficou pasmado por
ver Carlos ali, pensava que ele estava em santa Olávia. O poeta informou que os
Cohens estavam em Sintra, e aí Carlos entendeu o porquê da partida apressada de
Ega para Sintra.
Estava decidido. Carlos e Maria partiam para Itália em outubro,
uma vez que o marido da madame chegava perto de novembro, e por isso convinha
estarem já instalados antes da chegada do marido dela. Tudo isto de ir para
Itália era muito fácil, mas havia um único problema: Afonso. Ele não iria
aceitar que o seu neto, a sua família mais próxima, fugisse com uma mulher
casada e com uma filha, Carlos iria destruir uma família, Carlos iria ser
semelhante à sua mãe que fugiu com um homem deixando o seu pai, Pedro, a
sofrer, causando assim o seu suicídio. Afonso não iria mesmo aceitar isto.
Todas as manhãs, Carlos ia para os Olivais. Já era rotina.
Ele, Maria e Rosa, ficavam a falar até às duas, que era quando a pequena rosa
tinha aulas de piano.
Nos primeiros tempos, Carlos e Maria eram felizes, mas à
medida que o tempo ia passando, começavam a sentir necessidade de mais
intimidade. Precisavam de uma noite a sós. E assim foi, tiveram a tal noite.
Maria queria fugir já para Itália, afinal de contas, se era
para irem embora, porque não iam já? Podiam ir, claro, mas primeiro Carlos
tinha de falar com Afonso.
Quando estava a regressar ao Ramalhete estava a chover.
Certo dia, quando Maria e Carlos estavam a passear nos
jardins da Toca, Carlos reparou numa casinha, muito pequena, do outro lado da
estrada, mesmo em frente da Toca. Esta casa era perfeita para Carlos e pensou
em aluga-la imediatamente. Ia-lhe dar muito jeito naqueles dias em que saía da
Toca a meio da madrugada. Alugou-a logo. A partir daí, os encontros noturnos
entre eles os dois tornaram-se mais frequentes.
No início de setembro, Afonso mandou uma carta a Carlos a
avisar de que Craft chegava no próximo Sábado ao Hotel Central, e por isso, de
manhã, Carlos foi logo para o Hotel para ouvir as novidades que o seu amigo
trazia de Santa Olávia. Depois de Craft mostrar o seu encanto por Santa Olávia,
teve que falar de uma maneira mais séria com Carlos. Afonso estava com um
enorme desgosto devido ao facto de Carlos não ter ido visitar Santa Olávia, o
velhote estava muito magoado com o neto. Carlos, sentindo remorsos por não ter
ido, afirmou que talvez fosse com Ega dali a uma semana. Logo nesse dia, à
noite, Carlos falou com Maria sobre a tal visita que deveria fazer ao avô, era
por pouco tempo (quatro dias no máximo). Nesse momento, Maria afirmou que tinha
um grande desejo: visitar o Ramalhete. Tal só era possível enquanto o velho
Afonso estivesse em Santa Olávia, por isso, chegaram a um acordo: Maria iria
jantar ao Ramalhete no dia em que Carlos estivesse de partida para Santa
Olávia. E assim foi.
Maria adorou o Ramalhete especialmente o jardim e o
escritório de Afonso. Mesmo sem conhecer Afonso, Maria tinha medo dele, dizia
que ele tinha um ar assustador. Ao jantar, Maria reparou no retracto do pai de
Carlos (Pedro da Maia), o que lhe interessou muito, depois de examinar melhor o
retracto, afirmou que Carlos e Pedro não tinham muitas parecenças, porém, e por
muito estranho que fosse, Maria achava que Carlos era bastante parecido com a
mãe dela e, ao dizer isto, Carlos achou curioso Maria nunca ter falado da sua
mãe e por isso, Maria começou a falar da mãe. Era uma senhora da ilha da
Madeira e não tinha muitas posses, por isso casou na Madeira com um austríaco.
Maria nunca conhecera o pai e teve uma irmã que morreu em pequena.
No sábado seguinte, às duas horas, Carlos e Ega ainda
estavam à mesa. Carlos chegara de Santa Olávia de madrugada sozinho. Afonso
quis ficar por lá até ao fim do outono.
Carlos viu o seu avô alegre e forte. O facto de Afonso estar
ótimo de saúde era um alívio para Carlos, pois agora era mais fácil a sua
partida para Itália com Maria em outubro, para além disso, Carlos encontrou um
plano simples para viver a sua vida tal como imaginava e sem magoar o avô, o
plano era: Carlos ia para Madrid para começar uma suposta viagem de estudo e
Maria fica na Toca durante um mês, depois encontravam-se ambos em Bordéus e aí
começavam a sua vida em conjunto. Na primavera, Carlos voltava para Lisboa
deixando maria instalada no seu lar, e então, aos poucos, ia revelando toda
esta história.
Entretanto, chega Baptista com o correio, mas na verdade não
era correio, era apenas um bilhete do próprio Baptista para Carlos afirmando
que estava um homem à espera de Carlos na sala, Carlos ficou pálido e pensou
logo que era Castro Gomes. Era realmente Castro Gomes, o marido de Maria!
O assunto que trazia Joaquim Álvares de Castro Gomes ali,
era muito urgente, e naquele mesmo dia, à noite, queria partir para Madrid.
Castro Gomes tirou uma carta do bolso que tinha recebido no Rio de Janeiro
antes de partir, era anónima. A tal carta, dizia que Carlos e Maria eram
amantes. Carlos esperava que Castro Gomes tivesse ido ali para lhe dar uma
sova, mas, na verdade, Castro Gomes afirmou que não queria violência, apenas
queria contar algo, pois estava farto de ser conhecido por “o marido infeliz”
ou “o marido que tem sido traído”, por isso, queria deixar de ser humilhado,
havia uma coisa que só Castro Gomes e Maria sabiam: eles não eram casados. Isto
foi um choque para Carlos obviamente. Castro Gomes contou a história toda. Ele
vive há três anos com Maria, quando esteve no Brasil o inverno anterior trouxe
Maria a Lisboa para lhe fazer companhia, foram para o Hotel Central e toda a
gente via Maria com Castro Gomes, e dormiam juntos, por isso, para todos os
efeitos Maria era mulher dele, ficou conhecida por ser a mulher do Castro
Gomes. A pequena rosa não é filha dele, quando eles se conheceram (há 3 três
anos) ela já vinha com a pequena. Maria era apenas a mulher paga por Castro
Gomes. E, para chocar mais ainda Carlos, ela chamava-se Mac Gren. Castro Gomes
foi embora. E Carlos teve que contar tudo isto a Ega.
Ainda chocado e sem pensar corretamente, Carlos queria
escrever uma carta a Maria a perguntar quanto é que ela ia cobrar pelos dois
meses que ele dormiu com ela. Ega afirmou que Castro Gomes ia para os Olivais
para ir ter com Maria, o que Carlos achou nojento.
Pouco a pouco, Carlos começava a desejar ir aos olivais e
confrontar Maria com o sucedido, por muito insensível que fosse, Carlos queria
vê-la chorar. Mas para ir lá, Carlos tinha de ter a certeza de que Castro Gomes
já tinha saído de lá, e por isso mandou Baptista, o criado, investigar, quando
este voltou, trazia certezas que era seguro Carlos ir à Toca. Antes de sair fez
um cheque de duzentas libras para pagar os dois meses, e ele mesmo o iria
entregar a Maria.
Ega tinha a certeza de quem é que tinha sido o autor da
carta anónima: Dâmaso. E Carlos finalmente entendeu que era necessária vingança.
Quando ia a caminho dos olivais, teve um momento em que
pensava que o melhor seria voltar ao Ramalhete e escrever uma carta, mas
rapidamente essa ideia lhe passou.
Ao sair do carro, estava Melanie, a confidente (e criada) de
Maria, que afirmou que Maria estava muito mal, foi deitar-se sem jantar e que
não parou ainda de chorar desde que Castro Gomes esteve aqui. Carlos perguntou
a Melanie se Maria sabia que Castro Gomes esteve no Ramalhete a contar toda a
verdade, e a criada afirmou que sim e por isso é que Maria chorava
desesperadamente.
Quando Carlos entrou no quarto de Maria, apenas conseguiu
dizer que não havia motivo para chorar. Maria implorava para que Carlos a
perdoasse. Maria contou tudo o que sabia a seu respeito lavada em lágrimas, e
no fim, disse que ela queria contar-lhe. Naquele dia em que ele chegou tarde e
ela falou na casa do campo, onde Carlos se declarou, ela queria contar, mas
quando Carlos falou em fugir ela sentiu uma enorme tentação. E não contou nos
olivais pois tinha medo que ele ficasse muito magoado e que acabasse com tudo o
que eles tinham. Carlos afirmou que dificilmente iria acreditar em algo que
Maria dissesse, pois “tudo” o que ele sabia sobre ela, era mentira. Maria disse
que continuava a mesma pessoa por quem Carlos se tinha apaixonado, não era o
passado dela que iria alterar a sua pessoa, ela continuava a ser “A” Maria.
Quando Carlos virou costas, e viu Maria, deitada no chão a
chorar mais que tudo, só lhe ocorreu uma coisa: “Maria, queres casar comigo?” e
ela, surpreendida, claro que aceitou.
Capitulo XV
Maria e Carlos estavam a acabar de almoçar quando Carlos pergunta
se Maria já sabia quando queria partir, ela não queria alterar os planos para Itália,
mas agora, já não tinham de esconder uma “felicidade culpada”. Carlos gostaria
de partir no dia a seguir, mas maria não respondeu. Rosa apareceu, e Maria,
muito séria, perguntou à pequena se gostaria que Carlos passasse a viver com
elas o tempo todo, e Rosa, saltou radiante, e antes que ela acabasse de mostrar
o seu entusiasmo, Maria perguntou se aceitava que Carlos fosse o seu novo
“papá”, e miúda, claro que aceitou. E desta maneira tiveram o consentimento de
Rosa.
Quando maria foi ter com Carlos ao jardim, trazia um cofre e
obrigou Carlos a sentar-se ao pé dela. Ele entendeu que Maria iria contar-lhe
tudo sobre a vida dela. Ela nasceu em Viena, mas não se recordava de nada
desses tempos e quase nada sabia sobre o pai. Tinha uma irmã, que morreu aos 2
anos e chamava-se Heloísa. A mãe nunca tolerou que lhe perguntassem coisas
sobre o passado. Foram para Inglaterra. Mas Maria só se lembrava a partir de
Paris, aí, a mãe já era viúva e andava de luto pelo avô. Passado algum tempo a
mãe colocou-a num convento perto de Tours. A princípio, a mãe ia visitá-la
todos os meses, ficando em Tours 2/3 dias. Depois a visitas foram ficando menos
frequentes assim como as cartas e esteve quase um ano sem aparecer, viajou pela
Alemanha e voltou um dia, magra, gelada, de luto, e ficou agarrada a maria a
manhã inteira a chorar. Mas na visita a seguir já vinha bem melhor. Maria então
tinha quase 16 anos. Um dia, contra a vontade de Maria, aparecer uma mulher
(Madame de Chavigny) que a ia levar para ao pé da sua mãe em paris. A casa da
mãe, no parque Monceaux, era uma casa de jogo. A mãe, mais tarde, caiu nas mãos
de um homem muito perigoso, o Mr. De Trevernnes. A casa descaiu rapidamente. Numa
noite, acordou com gritos, foi ver as escadas e estava lá a mãe desmaiada, mais
tarde, quando acordou, disse à filha que tinha havido uma desgraça. Mudaram-se
outra vez para um terceiro andar da Chaussée-D’Antin. Aí começaram a aparecer
homens estranhos, mas às vezes, entre eles vinha um cavalheiro, um deles, era
um irlandês chamado Mac Gren. Este irlandês prometeu casar com a mãe, no
entanto, queria que a mãe dela fugisse com ele. Neste tempo, a mãe estava a dar
em maluca. Por fim houve a penhora. Dentro do tal cofre que maria trazia para
ao pé de Carlos estavam as cartas do irlandês onde pedia para ir com ele para
Fontainebleau; chama-lhe esposa. Um dia, a mãe partiu para Baden, e maria ficou
sozinha em paris, e nesse desespero, apareceu Mac Gren e maria foi com ele.
Passado algum tempo nasce Rosa. No começa da primavera a mãe finalmente acabou
tudo o que tinha com mr. De Tevernnes e, quase a seguir, começou a adorar o Mac
Gren. De repente, começa a guerra com a Prússia, e Mac Gren vai a correr
alistar-sena batalha. Ela foi a Paris tentar encontrar notícias dele pois ele
não dizia nada, mas continuou sem saber nada. Não podiam continuar em
Fontainebleau e por isso partiram para Londres. Londres não foi muito melhor,
aliás, foi bem pior: não tinham dinheiro, comida, cheias de dívidas, etc. até
que chegou o dia em que não tinham mesmo dinheiro nenhum para pagar a casa de
Londres. Uma noite, maria ia vender algumas coisas da mãe para tentar arranjar
algum dinheiro, mas perdeu-se e não sabia como voltar para casa, encontrou-se
numa rua deserta com dois bêbedos, e para fugir a eles entrou num carro que ia
a passar, mas não tinha dinheiro para pagar ao homem e quando ele começou a
mandar vir com ela, ela desata a chorar e o homem lá compreendeu. Ela queria
encontrar um emprego, qualquer coisa, mas estava difícil encontrar emprego em
Londres, não havia nada. Entretanto fez-se a paz e mais tarde a mãe veio a
saber que Mac Gren morreu. Maria finalmente encontrou um trabalho, mal pago que
dava só para a renda e para não morrerem de fome. Porém maria adoeceu. E,
quando rosa já estava a morrer à fome e a mãe já estava doida, maria encontrou
o Castro Gomes que lhe dava trabalho na costura, e o resto já Carlos sabe.
Dias depois, Carlos e Ega iam a caminho da Toca, e Carlos ia
contando a história de Maria.
Carlos estava decidido a casar em Roma, mas é então que
aparece o “espinho”: Afonso. E Carlos não sabia o que fazer quanto a isso. Mais
tarde surgiu um plano (mais um), mas Ega teve de dar a sua opinião: Carlos
devia esperar que Afonso morresse e aí, começar a sua vida com Maria, o avô já
tinha 80 e tal anos, mais tarde ou mais cedo iria morrer. E Carlos concordou
com este plano, era mesmo isto que iria ser feito.
Desde outubro que Afonso fala na sua chegada de Santa Olávia,
mas umas obras em casa retardavam a tal chegada. Carlos e Maria, pensavam em
abandonar os Olivais, e Carlos deveria estar instalado no Ramalhete antes da
chegada do avô.
Numa manhã, ao receber o correio, Carlos repara numa carta
de Ega que dizia para Carlos não se assustar, mas Ega tinha descoberto algo
terrível, estava à sua espera às 2 horas. Inquieto com o bilhete de Ega, Carlos
decide abrir o jornal que vinha com a carta, chamava-se a “Corneta do Diabo”.
Logo na primeira página, Carlos reparou em duas cruzes que marcavam artigo
sobre Carlos e, depois de ler o artigo ficou estupefacto: estava a contar toda
a história de amor de Carlos e Maria e, para além disso, gozava com eles!
Carlos só conseguiu pensar que queria apanhar o autor desta calamidade e
mata-lo. Mas, por muito chateado que Carlos estivesse com toda situação, tinha
de admitir que nada disto era mentira ou inventado… tudo era verdade! Foi então
que Carlos começou a pensar se “a honra doméstica, honra social, a pureza dos
seus descendentes, a dignidade da sua família” permitiam o seu casamento com
Maria.
Quando Ega e Carlos se encontraram, Ega contou a história da
“corneta do Diabo” ao seu amigo. Foi no dia anterior, à tarde, que Ega recebeu,
no Ramalhete, a “corneta”. Ele já conhecia o redator: Palma “cavalão” (às vezes
chamavam-no de Palma “cavalinho” para distinguir de outra pessoa) e, afirmou
que este tal Palma, nada sabia sobre Carlos nem tinha qualquer ódio contra este
mesmo. O artigo tinha sido encomendado e pago! E por isso, Ega foi a correr
para tentar falar com o redator. “No campo do dinheiro vence quem tem mais
dinheiro” disse Ega, e depois de ele dizer isto, Carlos perguntou quanto é que
Palma queria para dizer o nome do autor do artigo a Carlos, cem mil reis foi o
que ficou acordado. Depois, pensando sobre o assunto, Ega começa a pensar em
quem poderá ser a tal pessoa e, chegaram a uma conclusão: só podia ser Dâmaso!
Finalmente Carlos tinha o dinheiro para entregar a Palma, e
assim que o teve foram logo a correr para falar com o redator, eram quatro
horas. O redator ainda tinha a tal carta em que o tal “amigo” dizia o que
queria, quanto pagava, em fim, dizia tudo que comprovava realmente quem era o
autor da carta… Carlos conhecera de imediato a letra era de Dâmaso! Na carta
vinha uma lista de pessoas a quem Dâmaso queria que o artigo fosse entregue: a
Gouvarinho, Castro Gomes, todas as pessoas do Ramalhete, o Cohen, entre outros,
mas para sorte de Carlos, a máquina que imprimia as edições, encravou, o que
impediu que fossem impressas.
Agora Carlos só tinha em mente uma coisa: desafiar Dâmaso
para um duelo de armas. Carlos precisava de dois padrinhos para o duelo e
escolheu Cruges e Ega, que foram a casa de Dâmaso desafia-lo em nome de Carlos.
Porém, nesse momento, Dâmaso sentiu-se humilhado por Carlos, o seu “amigo”,
estar a fazer-lhe uma coisa destas, e decidiu escrever uma carta a dizer que
era um bêbado e que nesse momento estava bêbado, não estava em si, inicialmente
a carta foi escrita por Ega, mas depois quando foi para “passar a limpo” o
próprio Dâmaso fê-lo. Agora Carlos e Ega tinham um documento em mãos
extremamente poderoso… Dâmaso, não queria de modo algum que a carta para Carlos
fosse publicada num jornal por isso, quando quisessem chantagear Dâmaso,
bastava ameaça-lo com a tal carta, deste modo, Dâmaso estava “sempre
controlado”.
No dia a seguir, depois do almoço, Ega relia a carta e nesse
momento pensava no impacto que teria se ele publicasse a tal carta, assim
vingava-se de Dâmaso quando ele esteve com Raquel Cohen, o “amor” de Ega, mas
Carlos não queria publicar a carta, por isso, Ega não o iria fazer.
Nessa noite, Carlos regressa para casa e abandona
definitivamente os Olivais, assim como maria que se iria instalar em Lisboa, na
Rua de São Francisco por seis meses.
Capítulo XVI
Depois de algum tempo no sarau, Alencar queria falar com
Ega. O tio de Dâmaso, o Guimarães, queria ser apresentado a Ega e queria falar
com ele sobre uma coisa muito séria e urgente. Alencar apresentou-os e
Guimarães pediu a Ega uma explicação sobre a tal carta em que Dâmaso afirmava
que ele era um bêbado, e Guimarães perguntou se Ega achava que ele era um
bêbado. Dâmaso tinha escrito uma carta afirmar mentiras sobre o sucedido e
mostrou a Ega, este afirmou que era tudo mentira e, depois de alguma conversa,
Guimarães chegou a afirmar que o seu sobrinho Salcede não era uma pessoa de
confiança, era um mentiroso.
Quando Ega saiu do sarau (depois de ter voltado lá para
assistir Alencar a citar um poema), Guimarães queria falar com Ega novamente.
Ele tinha sido grande amigo da mãe de Carlos em Paris e nessa altura, ela
entregou a Guimarães um cofre que este deveria guardar, entretanto a mãe de
Carlos morreu e Guimarães ainda tinha o tal cofre e começou a refletir que
deveria entrega-lo à família. O velho disse que enviava um criado para entregar
o cofre ao Ramalhete com um bilhete para Carlos ou para a sua irmã. Ega ficou
surpreendido quando ouviu “irmã”, que irmã? Ele não sabia de nada e conhecia
Carlos aos anos! Alencar afirmou que ainda há dias a tinha visto com o irmão,
Ega ficou pálido. Guimarães começou a contar toda a história de Maria e da sua
mãe e Ega começou a pensar e tudo fazia sentido. Agora Ega, mais do que nunca,
sentiu a necessidade de contar a Carlos, não podia deixar que ele e Maria
passassem mais uma noite juntos, mas ao mesmo tempo não conseguia deixar de
pensar que iria estragar um romance. Mas acho melhor falar com Vilaça e tentar
que este contasse a Carlos toda a verdade. No dia a seguir, deveria acordar
cedo para tentar falar com Vilaça.
Capítulo XVII
Ega acordou pontualmente às 7 horas. Quando chegou a casa de
Vilaça, este já não estava lá. Um dos criados afirmou que Vilaça dali a pouco
tempo regressaria a casa, mas quando lá voltou, o homem ainda não tinha
voltado, mas à 3ª foi de vez, encontrou Vilaça, mas este estava com muita pressa,
mas, um pouco à pressa, Ega conseguiu contar o desastre. Vilaça tentou escapar
a essa responsabilidade de contar tudo a Carlos, e começou a dizer que ninguém
tinha certezas de que o que Guimarães estava a dizer era totalmente verdade, e
então decidiram abrir o cofre e tentar encontrar algo que o comprovasse, e
encontraram uma carta onde afirmava que maria era realmente irmã de Carlos.
Vilaça contou tudo a Carlos. Carlos não quis acreditar em nada e afirmou que
nada o iria convencer de que maria e ele eram irmãos, mas quando viu a tal
carta, ficou mais ou menos convencido, mas nunca iria deixar de gostar de
Maria.
Quando Ega e Afonso estavam a falar, o velho afirmou que já
sabia de toda esta história de Carlos e Maria.
Carlos decidiu ir falar com Maria. Mas achou melhor contar
tudo através de cartas e iria ter com Maria nessa altura e inventava que estava
com muita pressa. Na noite a seguir ia para Santa Olávia com Ega e aí contava
tudo a Maria.
Nessa noite, às 3 da manhã, Ega ouviu uma porta a bater e
foi ver quem era, era Carlos! E nesse dia, com o medo de encontrar Carlos ou
Afonso, decidiu passar o dia fora do Ramalhete, quando regressou eram duas da
manhã e quando se estava a preparar para se deitar, ouviu passos e foi ver quem
era. Era Afonso da Maia e foi perguntar a Ega se Carlos estava em casa e Ega
não sabia e Afonso ficou pálido, com medo de que Carlos estivesse com a sua
irmã! E foi nesse momento que Ega entendeu que Afonso estava a morrer por causa
dessa história toda.
Depois de mais uma noite com Maria, Carlos entrou em casa e
Afonso apanhou-o e ficou pálido. No dia a seguir, vieram-lhe dizer que Afonso
estava no jardim a sentir-se muito mal, Carlos tentou fazer alguma coisa, mas
nada feito, o seu avô já estava morto.
Com a morte do avô, Carlos ficou a pensar que este morrera
por causa de saber de tudo sobre Maria e ele, e por isso, a morte do seu avô
era como um castigo para Carlos.
Carlos precisava de consolo, precisava de sair dali e por
isso Ega foi com ele. Foram para Santa Olávia. Mas antes disso, Ega contou tudo
a Maria.
Capítulo XVIII
Semanas depois, nos primeiros dias do ano novo, Ega e Carlos
foram para Londres e depois iam para a América do Norte até ao japão. Passado
um ano e meio, Ega apareceu no Chiado. Carlos estava instalado em Paris.
Passado algum tempo Ega e Carlos foram visitar o Ramalhete.
Maria Eduarda ia casar com um homem com cerca de 50 anos.
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